segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Semana 48

Die Literatur ist der Ausdruck der Gesellschaft, wie das Wort Ausdruck des Menschen ist.

A literatura é a expressão da sociedade, como a palavra é a expressão da pessoa.

Louis de Bonald

O meu primeiro ano

Andava a arrumar uns cds e descobri um com fotos de 2008. Não me lembro bem dos sítios onde tirei estas três, mas gostei de as rever. Foi o meu primeiro Outono na terra das vacas. Foi incrível!
Em muitos sentidos.
 










Neste contexto, foi incrível descobrir que uma época supostamente tristonha pode ser muito colorida.

domingo, 27 de novembro de 2011

Bestiais ou bestas?




Coisas de ontem...
No Bali houve festa. Portugal está inscrito na lista do património imaterial da humanidade. Parabéns, não sei a quem, mas parabéns!
À noite deu-me na telha e fiz uma coisa que não fazia há anos: saí com os meus pais para um clube português. Como seria de esperar, toda a gente estava vidrada no derby da capital. Não liguei nada à coisa. Gosto de jogar futebol de rua (no rules!! :D), mas não tenho paciência para ver 10 minutos seguidos. Sou uma simpatizante muito rasca dos verdinhos. Mas como sou muito rasca, não fico nada aborrecida se perdem. Ontem foi um desses dias. Mas parece que houve muitos deles a ficarem aborrecidos e a fazerem merda (santa paciência, não há outro nome para isto!) no estádio da Luz.
Mas alguém me explica porquê?!?!? São capazes de me dar um motivo válido para tamanha anormalidade?!?! Não, claro que não. Atitudes vergonhosas como esta não têm explicação. E são uma vergonha de todo o tamanho! Pior que tudo é que nesse clube estava um casal composto por uma portuguesa e um suíço. O homem até pode nem perceber uma palavra de português (não sei, eu nunca tinha visto tal gente), mas olhava para a televisão e abanava a cabeça sem parar, em total reprovação.
O peito cheio para dizerem que o fado é património da humanidade. Mas o património português... pode ir com os porcos que não há problema. E antes que pensem que eu me refiro à meia dúzia de cadeiras que ardeu no estádio da Luz, deixem que vos diga que estão muito enganados. Quando falo em património português, refiro-me à educação, à civilidade, à formação que as pessoas deveriam ter e que evitaria que suíços abanassem a cabeça em clubes portugueses.
A sociedade portuguesa está tal e qual como o quadro de José Malhoa: a prostituta coloca-se na posição correcta para que não se veja a navalhada que o seu chulo lhe fez na cara.

Sinceramente, acho que não deviam dar destes prémios a Portugal...

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

É um E ou um A?!?!

Es regnet é a forma correcta para se escrever está a chover. Lê-se qualquer coisa como "és rêgnêt".
Mas ele é de Basileia e diz "és rágnêt". Não sei bem como se diz esta frase por aqui (Zurique), mas sei que chuva é Regen (rêguen) e eles dizem Rága.
Cool, não?!? Pois... não... o meu cérebro fica em água e já não chove há pelo menos duas semanas!

Quanto ao ouro (Gold)... nunca vi que caísse do céu! 

 
Es rägnet Gold, Baschi

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

A Segunda-feira má foi a semana passada...

Zurique passa a vida a surpreender-me... há mais de 30 anos foi o berço de uma dupla como esta. Agora anda a passar esta música pelas rádios. Muito à frente!!

Yello, Mean Monday

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Semana 47

Keine zauberwirkende Rune ist wurderbarer als ein Buch. Bücher sind das auserlesene Besitztum der Menschen.

Nenhuma runa com propriedades mágicas é melhor do que um livro. Os livros são património da humanidade.

Thomas Carlyle.

Do you really like it??

Ou eu tenho o cérebro congelado do frio. Ou eu sou burra como uma porta. Ou, devido à conjuntura dos últimos tempos, a minha capacidade de raciocínio foi afectada. Ou há gente muuuuuuito parva à face da terra.

Escrevi um lamento de forma meia parva no FB. que mais agora????? ainda pode acontecer mais alguma coisa??? é que o meu computador resolveu dar-me dores de cabeça e pifou (estou a usar o da minha mãe!). Não é que já lá foram carregar em gosto?!?!

Se não querem perguntar o que se passa, se não querem dar conforto (que até sabia bem, mas era mais um lamento para o ar, do que uma procura de palavras quentes), por favor, não digam que gostam. Ou será que gostam mesmo de ver o pessoal na fossa?!?!

Sou eu que não entendo?? Ou são as pessoas que passam muito tempo em frente à televisão, aos computadores e absorvem tudo mastigado, sem fazerem uma análise, sem pensarem no que fazem, dizem ou escrevem?!?!

Suissinhos

Eu sempre gostei de rap em francês (não tenho razões válidas para este gosto!!). O senhor que anda sempre enervado não é 100% suíço, pois nasceu em Tallinn e cresceu em Lausanne. Portanto, se não é suíço de sangue, é de coração. O senhor que o acompanha nesta música tem uma banda própria (Pegasus), criada numa cidade que tem um nome com barra: Biel/Bienne (sim, é sempre deste modo que aparece!!). Pas mal!!

Stress, Elle

Estes senhores são de Basileia, juntaram-se há quase 20 anos e até que têm umas músicas engraçadas...

Lovebugs, Everybody knows i love you

Resumindo... o vagar faz colheres de pau e, quando não se tem nada para fazer, anda-se de link em link adescobrir coisas engraçadas...

domingo, 20 de novembro de 2011

Das Sonneuntergang

Eles queixam-se que não está frio suficiente. Que não há neve nas montanhas. Realmente... já apanhei temperaturas mais baixotas por esta altura do ano. Até mesmo à beira desta água...




















Como eu adoro este lago!!!

Qual é o gesto?

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

combate à depressão

Estes senhores têm um efeito muito estranho em mim. O album anterior deixa-me deprimida. Este levanta-me a moral. Principalmente esta...



Espero poder sonhar e encontrar brevemente o meu Paradise. (Coldplay)

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

O tempo perguntou ao tempo

Há coisa de dois anos, comprei uma compilação onde vinha esta música. Ouvi-a há bocado na rádio, pareceu-em tão antiga que tive que ir para a internet investigar. Depois constatei que afinal não é assim tão antiga. Eu é que envelheço rapidamente.



Halo, Beyoncé

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Presentes envenenados ou como marcar a diferença

Em 2008, pouco tempo depois de ter chegado cá, um colega da primeira firma onde trabalhei disse-me: Du bist nicht normal (não és normal). Pensei que era uma ofensa, afinal era um grande elogio.
Com o tempo percebi que os portugueses, de modo geral, são vistos como máquinas de trabalho, que pensam em dinheiro e mais dinheiro, que aceitam ordens sem questionar, que não se integram porque não querem gastar uns patacos na escola para aprender umas linhas de alemão, que, mesmo estando em grande sofrimento, não mudam de vida só para ganhar mais uma hora por mês. Depois de me aperceber disso, sempre disse a toda a gente que não era normal, que não me sujeitava a qualquer coisa, que, quando estivesse infeliz, me mudaria. Ninguém me levou a sério, até hoje.

Na Quarta-feira, estava eu em Portugal, telefona-me a minha mãe a dizer que havia uma carta para mim, sem remetente, mas com o carimbo da terra onde é a sede da estufa. Pedi-lhe para a abrir, para saber o que era. Era um postal de aniversário, assinado pelo patrão, acompanhado por uma raspadinha. Fiquei toda contente, como é óbvio. É coisa rara!!

No entanto... o meu coração apertou-se... Tentei pensar positivo, mas lá no fundo... não será um presente envenenado?!?! É que eu estava de férias, ainda não tinha falado com o chefe sobre o que ele e o patrão tinham decidido sobre o meu futuro.

Hoje fui falar com o chefe e... a minha intuição estava 100% certa (eu odeio esta característica em mim e para cúmulo está a aguçar-se!!). Eles aceitavam as condições de contrato, aceitavam o aumento, mas (já disse que esta adversativa me persegue?!)... tinha que ir para a outra estufa. Isto por causa daquela vaca racista. O que ele não esperava era que eu não aceitasse esta pequenérrima alteração das condições.

Vamos lá ver:
para chegar àquela estufa tenho que apanhar 3 comboios e um autocarro, para chegar ao sítio onde trabalho (trabalhava) preciso de um comboio e um autocarro; eu sou boa, a vaca nem por isso; eu aceito as ordens, ela morde por trás; eu sou estrangeira, ela é suíça, mas das racistas; eu tinha que me mudar, ela ficava a rir-se; se eu aceitasse, tinha que começar do zero (na outra estufa é tudo diferente); se eu aceitasse, ia ter que trabalhar com portugueses que eu sei que são invejosos (já são quase 3 anos naquela firma, é cada história!); se eu aceitasse isto desta vez, iria entrar no mecanismo da submissão e jamais iria sair de lá (tanto desse mecanismo, como da estufa). Mas eu vim para a Suíça para mudar de vida, não vim para ser subjugada... não podia aceitar...

O meu primeiro dia foi a 25 de Fevereiro de 2009, o meu último foi a 28 de Outubro de 2011. Juro que não o esperava, como não esperava ser discriminada, preferia que eles tivessem sido altamente agarrados e me tivessem oferecido menos dinheiro, preferia que não tivessem aceitado a condição de trabalhar a 100% e me tivessem mandado embora, mas isto...

Eles pensavam que eu, por receber a prenda e por eles terem feito um desconto extra para a reforma, ia ficar quieta e calada, tal e qual como os outros portugueses, ou melhor, como os outros portuguesinhos...

Já chorei muito hoje e sei que vou chorar ainda mais. O M. e a G. vão-me fazer muuuita falta. Eles são os únicos que sempre acreditaram que eu era diferente, que eu fazia a diferença, em todos os sentidos. O M., quando eu lhe levei o jornal hoje de manhã (uma coisa parva nossa) e lhe disse que era o último que eu lhe entregava, não quis acreditar, mas, ao mesmo tempo, ele compreendeu, pois ele sabe que eu sou assim: nicht normal!!

Semana 46

Der Abend ist mein Buch. Ihm prangen die Deckel purpurn in Damast. Ich löse seine goldnen Spangen mit kühlen Händen, ohne Hast. Und lese seine erste Seite, beglückt durch den vertrauten Ton, und lese leiser seine zweite, und seine dritte träum ich schon.

O crepúsculo é o meu livro. Daquele sobressaem os céus purpúreos de Damasco. Eu desfaço as suas fivelas douradas com mãos frias, sem pressa. E leio a sua primeira página, alegrando-me com o som familiar, e leio baixo a segunda, a terceira já a sonho eu.

Rainer Maria Rilke

Notas da tradutora (:p)
Abend é o equivalente a evening em inglês e optei por traduzir por crepúsculo, por ser o que me pareceu mais aproximado à ideia do autor.
Mais de metade dos nomes em alemão têm o género trocado (se não for neutro!), ora bem: o Abend, o manhã, o tarde, o Primavera...
Mas o que me assusta mesmo é o Lua e a Sol. Alguém me explica como é que se faz poesia em que se associa a noite, a lua, a mulher, a sensualidade e mais uma data de femininos, em que um ela pode dar um monte de leituras?!?! E o deus Sol?!? Onde fica?!? Em deusa?!? Já imaginaram a Sol, a rainha do dia?!? aaaah!! haja pachorra para estes alemães... :p :p

Nota da nota: antes que alguém que não me conhece resolva vir disparatar para a caixa de comentários... eu só estou a brincar com os alemães e com o alemão. Não pretendo menosprezar outras pessoas ou outras línguas!!

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Semana 45

Lassen Sie uns einmal allein sein, ohne Bücher, und wir werden sofort in Verwirrung geraten und ratlos sein und nicht wissen, wo wir uns anschliessen und was wir festhalten sollen, was wir lieben und hassen, verehren und verachten sollen.

Deixe-nos uma vez sozinhos, sem livros, e ficaremos imediatamente confusos e perdidos e sem saber aonde estamos ligados e o que devemos reter, sem saber o que amamos e odiamos, sem saber o que devemos venerar e desprezar.

Fiódor M. Dostoiévski

Nota de curiosidade, principalmente para ti, Ângela:
certs palavras podem ser escritas com dois /s/ ou com um /β/ (Eszett). A primeira forma é para a Suíça e a segunda para a Alemanha. Como o meu computador é suíço... é complicado estar a ir buscar o símbolo todas a vezes que preciso escrever palavras com tal coisa. Assim, fica em alemão suíço erudito. Neste texto, a palavra anschliessen é uma dessas de dupla grafia...