sábado, 29 de junho de 2013

oh admirável Tugolândia...

No dia 19 de janeiro eu tive pânico de voar. Quando chegámos a Lisboa, eu pensei que o avião se ia partir em mil pedaços. Toda a gente se lembra da tempestade que destrui tudo pelo país...
Qual não é o meu espanto de ir agora no autocarro e ver que não foram feitos trabalhos de limpeza dos pinhais. Tanta árvore já deveria ter sido tratada. Os outros pinheiros poderiam crescer melhor. Se houver incêndios (espero que nao) que carros dos bombeiros podem passar??? Aquelas árvores no chão saã, em tempo de crise, dinheiro a perder-se. Ou sou só eu que penso assim?!?

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Grün

Não é comum. Conheço algumas flores que vão ficando verdes conforme envelhecem. A hortênsia e o helleborus (nome latino, pois não conheço o nome em português) podem ficar com as flores verdes quando estão a murchar para morrer (ou no caso da hortênsia há algumas que estão meias verdes antes de ganhar a cor completa). Lembrei-me de repente de um cromo que trabalhou na estufa. Estávamos nós na pausa, eu na conversa com o M. quando chega o crominho muito aflito: Oh! M., as minhas hortênsias estão verdes. Eram cor-de-rosa e agora estão verdes. Porquê? A resposta do M.: Sei lá! Mas depois de uma hesitação continuou: Podem ser imensos factores e eu não estou a ver as plantas. Virou-lhe as costas e continuámos a nossas conversa. Como é que o M. ou qualquer outro jardineiro iria saber?!? Não estava a ver as plnatas, o sítio onde as plantas estavam e há quanto tempo elas estavam floridas...

Mas pronto... memso sem flores verdes, os verdes das plantas podem ser interessantes. Assim, aqui ficam alguns.

Tem a sua piada ver a evolução da seara nas últimas fotos. Mais um pouco e poderia entrar para a secção dos amerelos. :D






terça-feira, 25 de junho de 2013

Grau und Schwarz

Não são cores muito comuns nas flores, e têm o seu quê de ilusão óptica. Pois a petúnia é na verdade de um roxo escuro e a característica das suas pétalas fazem um reflexo preto. Confesso, não é a minha coisa favorita...



tudo bem explicadinho...

Uma colega pediu-me para trocar o turno na próxima Quinta. Primeiro estava a pensar em dizer uqe não. Mas depos pensei melhor e vi que não influencia o o horário do dia seguinte e que não tenho que trabalhar com uma sub-chefe que detesto. Tem a mania que manda. Inventa regras conforme lhe dá prazer (graças a ela já trabalhei mais de oito horas sem pausa, ilegal nesta terra!!!!) e fala-me num tom que nem no infantário usaram comigo. Se ela pensa que por eu nãoi falar alemão correcto sou lerda, está muito enganada.
Assim, pensei que ganahva mais levantando-me às 5h da matina e lá fui dizer a moça. Ela estava ocupada e disse que vinha falar comigo daí a pouco.
Chegou-se junto a mim e eu confirmei que podia contar com a troca de turno. E ela começa a explicar por que raio precisa da troaca. Cortei-lhe o discurso dizendo que não precisava de explicações, mas ela continuou. Até ter tudo explicadinho. Já há tempos me tinha aocntecido algo do género e mesmo comigo a dizer que não precisava de explicações a mulher continou até se sentir satisfeita.

Mas que raio?!?! Porque será que as pessoas têm necessidade de se explicarem constantemente?! Será que é porque acham que ao fazerem-no podem ter a liberdade de pedir explicações aos outros?!?
Se eu for pedir para trocar de turno não esperem que eu explique porquê. Que da minha vida cuido eu e não dou satisfações a ninguém...

Feira das vaidades

A aluna aprende depressa. A aluna é autónoma. A aluna trabalha depressa e com qualidade. A aluna comunica bem com os colegas de trabalho e com os clientes da loja. A aluna é interessada. A aluna trabalha bem. A aluna veste a camisola da empresa.
Os conhecimentos da aluna são razoáveis.
O único ponto que não dependia de mim é que é razoável. Se não me ensinam, não posso aprender. Não é verdade?!?!

Mas pronto, apesar de um Razoável na "pauta", a média é um Bom estável, seguro. E assim tenho os meus três meses de tempo de prova avaliados. Aprovada. Sem distinção que eu não me esforcei para atingir tal coisa. Eu fui para ali para não estar desempregada (mau negócio, ganho menos agora do que no desemprego), de forma passageira. Mas depois que comecei a ver como é aquilo... é mesmo passageiro, que eu não aprovo trabalho de escravo, muito menos quando é o meu corpo a ser chicoteado. Logo... só fiz os "tempos mínimos" que para eles entra na escala de bom (para mim é só razoável mais).

Nada mau. É sinal que não tenho que me preocupar com a estabilidade do meu trabalho nos próximos tempos.

No entanto, não há bela sem senão. O meu chefe choninhas vai mudar de filial (esperto! vai para uma filial muuuuuito mais calma!). E o espanhol também parece estar em vias de se raspar dali. A distância que ele tem que percorrer é grande. ANtes ele à boleia do chefe, agora sem isso... terá que pagar um passe caro para as despesas dele...
Ora bem... as pessoas com quem eu gostavade falar (não me perguntam se perdi peso, nem se tenho marido...) vão-se embora e eu... sem companhia... tenho meeeesmo que fugir dali!

domingo, 23 de junho de 2013

Gelb

A seguir ao azul vem o amarelo. Só consigo identificar amores perfeitos, castanheiro da Índia e a sanvitalia.

 


Blau

Não se engaram nas previsões: Primavera curta e fraca.
Por aqui entrou-se no Verão com um dia de Verão, mas hoje está um dia de Outono. A única diferença é que as árvores ainda estão vestidas de verde.

Com um tempinho assim, nem vontade dá para sair de casa. Não tenho coragem para vestir casacos quentes, mas sem eles também se enregela. Deste modo fiquei aqui a organizar coisas e resolvi pôr em prática o projecto que tinha em mente há que tempos e fui protelando sucessivamente.

Há coisa de um mês lembrei-me de fotografar as cores que a Primavera foi trazendo. Tarde demais, pois já não pude fotografar as tulipas nem os crocus. No entanto, ainda deu para apanhar um leque variado de cores.

Começo por ordem alfabética... aqui ficam os azuis. Alcaleias, campânulas, lírios, gencianas, amores perfeitos e mais umas ervas que não lhe conheço nome.

  
 
 

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Postal dos Correios

Andava de volta de uns papéis e encontrei o postal que tinha prometido há dias.

Em 1997 fui com as freiras a Roma. Pelo caminho passámos/passeámos por várias cidades. Em Assis comprei este postal para a minha mãe, mas só o mandei uns dias mais tarde. Coloquei-o numa caixa de correios dentro do Vaticano.
Demorou tempos infinitos a chegar. A minha mãe pensava que eu lhe estava a mentir. Pensava que eu me tinha esquecido de enviar o postal e que não queria assumir.
Dois meses depois eis que ela recebe esta beleza.

Falta-lhe o selo, porque eu os colecciono, mas pode-se ver o carimbo: 14.4.9(7) (bem depois de eu o ter escrito). E falta-lhe o nome da minha mãe e o código postal correcto (riscado pelos serviços, não sei o que significa o 84 escrito a lápis). E até Svizzera está mal escrito!!! E nem sequer li o texto que escrevi na altura...

Adolescentes inconsequentes... dá nisto! Mas correios eficientes... dá nisto... :)


 
Estou com preguiça para digitalizar, por isso fica em foto. Escusam de pensar que é a minha morada, há já uns quantos anos que os meus pais se mudaram. Eu nunca heguei a morar efectivamente naquela casa.

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Like 'that', not like 'this'!

Sempre pensei que só os professores quase na reforma é que se esqueciam do que era ser aluno. Hoje descobri que até os mais novos podem ser uns enormes carrascos.

Uma colega, mais nova que eu dois anos, que se licenciou na mesma data que eu (eu atrasei dois anos com a mudanças de curso) escreveu no fb:
Apoio os meus colegas em greve amanhã!
Tinha para aí uns 10 likes. Eu escrevi por baixo: Eu não. Os miúdos não têm culpa.

E é a opinião que defendo. Se me tivesse acontecido uma coisa destas eu teria entrado em colapso. Eu fiz tudo na primeira chamada. Organizei a minha vida tempos antes para não deixar tudo para o último momento. Os resulados provaram isso mesmo. No entanto... há sempre uma nuvem por cima de nós. E 17 anos não é o mesmo que 30, sei que ficava a bater mal. E certas colegas minhas teriam que ser hospitalizadas. Não estou a brincar, tinha colegas a passar mal fisicamente antes e depois das provas!
O facto de as notas não terem saído não é o fim do mundo, nem sequer para ir a exame. Tem remédio. Agora uma greve num dia de exame (não interessa se é o primeiro, se é o último) é tramado!!

Parece-me que a classe, se quer o apoio da sociedade em geral, tem que ter um bocadinho mais de juízo. Ao ministro é igual ao litro se os putos não fazem prova de Português amanhã (vá, já é hoje). Agora alunos e familiares... DU-VI-DO que não se importem!!!!

Mas eu não fiquei aborrecida com a minha colega. Foi com uma amiga dela que me respondeu logo a seguir (devia ser uma dos 10 gostos) com a resposta mais madura que poderia ter visto em toda a minha vida: Azar!

Eu chorei ao ler a palavra com direito a ponto de exclamação acoplado... O Mundo está assim tão mau?!?!

Não, está pior!

Está pior porque eu não consigo dar aulas, mas a croma deva dar. Imagine-se o exemplo! Está pior porque as respostas da croma conseguiram ser ainda piores. Aqui a ingénua pensava que ela não poderia piorar! Está pior porque a croma não percebeu a ironia da conversa...

Eu: Eu não. Os miúdos não têm culpa!
Croma: Azar!
Eu: uma resposta q demonstra muita inteligencia e ainda algum altruismo.
Croma: uma resposta digna para um comentário desse tipo
Eu: o q? o facto de uma professora desempregada q sempre defendeu a suaclase terUMA vez em q nao concorda com a forma de agir dos seus colegas, pq ainda se lembra do stress dos exames?!?! realmente, sou mesmo parva!!!!!!!!!!
Croma: in a War there are always casualties!
Eu: claro. cm nao pensei nisso?!? realmente sou mesmo estupida!!!
Croma: if you say so...
Eu: sure!! i'm an huuuuuge ass!
Croma: AHAHAHAHHA
Eu: it's not funny!! it's tragic to be like that...
Croma: come on!!

Eu fiquei-me por aqui. As lágrimas não me deixaram seguir. Fiquei mesmo triste, sem capacidade para continuar a responder, com o sem ironia, com ou sem jogos de palavras, em inglês ou português. Fiquei triste pelo Passado, por mim e os meus exames feitos ainda no século passado. Pelo Presente, pelos alunos e seus familiares que vivem o stress de perto que não sabem como vai ser daqui a umas horas. Pelo Futuro. O Futuro dos meus sobrinhos emprestados e possíveis-futuros sobrinhos de sangue. Pela sociedade em geral que, entregue a pessoas que são masquinhas deste modo... não vai mudar tão depressa, não vai melhorar nunca. Não vai ter um Futuro decente.
É que os alunos não são santos de pôr num altar, mas... eu ainda me lembro do que vivi há 13 anos... e sei que são eles o nosso Futuro. Se eu não os começo a respeitar agora, quando o farei?!?!

E depois admiram-se que há verdadeiras guerras, com verdadeiros efeitos colaterais...

sábado, 15 de junho de 2013

Que rara soy!!

O meu colega espanhol disse-me há dias que gosta de andar no autocarro para ver os suíços. Que raros son los suizos! Hace unos dias que e visto un tio en el bus sin zapatos. Si fuera en España...

Hoje tive mais um dia des escravidão. Entrei às 6h da matina e foi sempre a correr até à hora de sair, que o meu chefe antecipou 20 minutos. Tinha combinado encontrar-me com a minha mãe no centro da cidade para ir comprar umas coisas fixolas (mais lavores a caminho). Sentei-me numa esplanada à sombra, no entanto o calor continuava insuportável. Eram as calças que não me deixavam respirar (são calças justas, mas são muito confortáveis para o trabalho), eram os ténis que me desfaziam os pés... Depois de bebermos o café, mas antes de nos pormos a caminho das lojas resolvi tirar os ténis. Mantive as maeis, porque tenho uns pés muito sensíveis, mas... foi lgo um alívio. Andei às voltas, fiz o que tinha a fazer e quando vinha para apanhar o autocarro lembrei-me que tinha a máquina na mochila.

A minha mãe achou por bem que de costas também tinha piada porque parecia que ia para Santiago de Compostela a pé. Sem sapatos... deveria ser interessante... :)



Agora, o que eu gostava mesmo de saber era o que diria o meu colega de mim, se me visse nestes preparos...

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Eu sou muito egoísta mesmo...

Anda para aí um texto de uma Inês Gonçalves que não me convence.

Não é que não me convença pelo que defende, que isso é outro tema. Não me convence que tenha sido ela a escrever o texto.
Por motivos muito simples, que vou destacar a vermelho no texto dela e depois explico mais abaixo.

Estudo no 12º ano, tenho 18 anos. Sou uma entre os 75 mil que têm o seu futuro a ser discutido na praça pública.

Dizem que sou refém! Dizem que me estão a prejudicar a vida! Todos falam do meu futuro, preocupam-se com ele, dizem que interessa, que mo estão a prejudicar…

Ando há 12 anos na escola, na escola pública.
Durante estes 12 anos aprendi. Aprendi a ler e a escrever, aprendi as banalidades e necessidades que alguém que não conheci considerou que me seriam úteis no futuro. Já naquela altura se preocupavam com o meu futuro. Essas directivas eram-me passadas por pessoas, pessoas que escolheram como profissão o ensino, que gostavam do que faziam.
As pessoas que me ensinaram isso foram também aquelas que me ensinaram a importância do que está para além desses domínios e me alertaram para a outra dimensão que uma escola “a sério” deve ter: a dimensão cívica.

Eu não fui ensinada por mágicos ou feiticeiros, fui ensinada por professores! Esses professores ensinaram-me a mim e a milhares de outros alunos a sermos também nós pessoas, seres pensantes e activos, não apenas bonecos recitadores!

Talvez resida ai a minha incapacidade para perceber aqueles que se dizem tão preocupados com o meu futuro. Talvez resida no facto de não perceber como é que alguém pode pôr em causa a legitimidade da resistência de outrem à destruição do futuro e presente de um país inteiro!
Onde mora a preocupação com o futuro dos meus filhos? Dos meus netos? Quem a tem?
Onde morava essa preocupação quando cortaram os horários lectivos para metade e mantiveram os programas?
Onde morava essa preocupação quando criaram os mega-agrupamentos?
Onde morava essa preocupação quando cortaram a acção social ou o passe escolar?
Onde mora essa preocupação quando parte dos alunos que vão a exame não podem sequer pensar em usá-lo para prosseguir estudos pois não têm posses para isso?
Não somos reféns nessa altura?
E a preocupação com o futuro dos meus professores? Onde morava essa preocupação quando milhares de professores foram conduzidos ao desemprego e o número de alunos por turma foi aumentado?

Todas as atrocidades que têm sido cometidas contra nós, alunos, e contra a qualidade do ensino que nos é leccionado não pode ser esquecida nunca mas especialmente em momentos como este!

Os professores não fazem greve apenas por eles, fazem greve também por nós, alunos, e por uma escola pública que hoje pouco mais conserva do que o nome. Fazem greve pela garantia de um futuro!

De facto, Crato tem razão quando diz que somos reféns, engana-se é na escolha do sequestrador!

E em relação aos reféns: não são só os alunos; são os alunos, os professores, os encarregados de educação, os pais, os avós, os desempregados, os precários, os emigrantes forçados... Os reféns são todos aqueles que, em Portugal, hipotecam presentes e futuros para satisfazer a "porra" de uma entidade que parece não saber que nós não somos números mas sim pessoas!
Se há momentos para ser solidária, este é um deles! Estou convosco*
Inês Gonçalves

O meu 12.º ano vai lá looooonge. Mas ninguém da minha turma se preocuparia com os professores a uma semana dos exames nacionais. A incerteza de fazer ou não exames iria deixar uns muito felizes por poderem vir a ter mais tempo para estudar (não tiveram uma professora chamada Teresa que os avisou para não estudarem só no terceiro período :D). Outros iriam ficar furiosos com a possibilidade de adiar exames e estragar férias programadas há que tempos (o meu caso que fui para Itália nesses Verão). E outros iam ficar simplesmente em stress com o stress dos outros. Os professores a menos de uma semana dos exames não teriam importância rigorosamente nenhuma. Na minha turma ninguém ia estar com os professores a 13 de Junho (quando eu li o texto).
Pensar nos meus hipotéticos filhos ou netos a uma semana dos exames... apesar de ser a vanguardista da turma, e de não estar assim tão preocupada com as notas dos exames, porque sempre acreditei no meu sucesso no secundário, eu nunca pensei assim tão à frente a dois ou três dias dos exames, muito menos os meus colegas mais histéricos de quem me mantive afastada até ao dia do último exame. Pode ser que as coisas agora tenham mudado...

Mas a minha leitura tornou-se duvidosa muito antes dos futuros netos. Bloqueei na falta de coerência temporal logo nas primeiras linhas. Ela estuda no 12.º ano, mas fala do estudo naquela altura. Qual altura? Naquela?!?! Porquê naquela?!?! Eu em Junho do meu 12.º ano, eu diria agora, hoje em dianos tempos que correm, aprendo, ensinam-me... Esta incoerência... chamem-lhe preciosismo ou patetice da minha parte, não quero saber. Mas parece-me que esta incoerência tem a ver com o facto de, das duas uma, ou a moça não tem exactamente 18 anos, nem estuda no 12.º ano, porque já deve ter 18 em cada perna e no tempo do seu 12.º faziam-se Provas de Aferição, ou ela soube papaguear bem alguém lá de casa, quase, quase na perfeição... não fosse aquele demonstrativo...

Peço desculpa se sou céptica, mas ultimamente tem circulado cada treta na internet... que nem os Mythbusters saberiam o que fazer para desmitificar a coisa! Tretas que depois toda a gente repassa no livro das caras sem mastigar (no caso eu fiz um comentário sucinto [obviamente], dando esta mesma opinião, no mural da colega que partilhou isto e até agora... não obtive resposta da parte dela. Havia mais uma pessoa a ter uma opinião semelhante à minha e também não recebeu resposta. Porque será?!?)..
Assim, se a moça realmente existe assinou o texto... bolas!!! Admiro-a... a menos de uma semana dos exames (que  não se sabe[sabia?] se vão sair) e mostra um altruísmo... sim senhora!!! Eu nunca fui assim (e não pretendo vir a ser, que eu cá, de modo geral, não sou maluca de pôr os interesses dos outros à frente dos meus!!).

Acho que deveria ir ver a casa dos segredos em vez de andar a analisar textos desta maneira...

quarta-feira, 12 de junho de 2013

oh well...

A televisão portuguesa mostra uma grande diversidade e originalidade de ideias e conteúdos para as tardes de Domingo.
Estou desejosa para que chegue Domingo. Vou comprar mais duas televisões e vejo tudo em simultâneo, é tão difícil fazer a escolha... é que ouvir "eu gosto de levar no pacote" (ou lá como é a "música") uma vez por mês não chega!

segunda-feira, 10 de junho de 2013

all aboard

Adoro aeroportos, barcos, linhas de caminho de ferro. Tudo o que me lembre emoção. Emoção da descoberta, da partida, da chegada. Emoção de quem fica, de quem vai. Do que fica, do que se leva, do que se traz.

Sou moça para me sentar a ver navios ou os comboios passar sem entrar, literalmente. Não identifico modelos de nenhum transporte (tirando o airbus A380 que é grande como o caraças e tem um trabalhar de motores muito mais "pesado" do que os outros aviões), tento decorar os nomes dos comboios daqui e só sei que os intercidades têm nomes de pessoas e os regionais e locais de lugares. Não acho que seja informação necessária para o meu fascínio.

Hoje vinha exausta do trabalho, sem noção das horas e a torcer para que não viesse nenhum comboio. Isso significaria esperar um tempão pelas cancelas e o que eu mais queria era alapar-me no sofá.
Tive sorte. Não era hora de passar comboios. Atravessei a passagem de nível na diagonal, correndo o risco de levar uma buzinadela de um carro. A meio dessa travessia olhei em frente e vi pela enésima vez a estação pequena que tenho à porta de casa. Demorei o passo para ver a curva da linha da direita que se vai unir à da esquerda. Apreciei mais à frente a curvatura da linha que provoca sempre um solavanco que pode deitar abaixo um passageiro desprevenido, caso o maquinista seja meio louco. E sorri. Era como se estivesse a olhar pela primeira vez para aquelas traves, para aquelas linhas de ferro que aguentam toneladas sem se mexerem do sítio.

Sorri e acabei por chegar ao outro lado da linha. Mais minuto e meio e teria atirado tudo para o chão do hall de entrada e ter-me-ia sentado na poltrona. Mas esse minuto e meio... a minha cabeça funcionou a velocidade de cruzeiro, de Concorde talvez...

Primeiro, logo que deixei as linhas para trás, apercebi-me que tinha um sorriso nos lábios. Em seguida, pus-me a pensar que me deixo fascinar com coisa pouca. A estação daqui não é a estação de S. Bento, não tem uma estátua como St. Pancras, nem um relógio como a Grand Central de Nova Iorque. Como é que me pouco deixar fascinar com duas linhas que acabam por se fundir numa, junto a um edifício sem história?!?!

Logo em seguida, saltei para o facto de tudo me fascinar. Adoro sentir os cabos de alta tensão, que alimentam os comboios, a chiar. É coisa pouca, só se sente ao passar por baixo deles, mas saber que está lá aquela energia toda...

Entretanto comecei-me a rir com a contradição de me fascinar com tudo e com pouco. Apercebi-me que pareço uma criança pequena a descobrir o mundo. Comecei a recriminar-me. Devias ter juízo. Crescer. Por isso ninguém te leva a sério...

Por fim, quase a dar por terminada a minha caminhada para casa e esta minha viagem ao meu interior, pensei eu quero é que os outros se lixem.

Sabem que mais?!?! Neste minuto e meio percebi que eu é que tenho juízo em deixar-me fascinar com estas coisas. O meu dia foi cansativo demais, eu vinha carregada com compras, cansada da caminhada e cheia de fome. Olhar para a estação e para a linha de comboio vazia deu-me uma certa serenidade, que me aliviou um pouco o meu dia mau. Se me acharem tonta por me sorrir toda na rua só por causa de uns ferros e de umas traves de madeira... pois achem. É terapêutico deixarmo-nos encantar, nem que seja por trinta segundos, com as coisas simples da vida.

Recomendo vivamente!



Há milhentas músicas que falam de comboios, de viagens. Mas quando penso em embarcar (comboio ou não) eu digo mentalmente a "letra" de Night Train, da Kadoc.  

Monstruosidades e monstros

Eu gosto do título que deram ao doodle do google.pt: portugal_independence_day_2013-1527005-hp
Lindo!!!

No entanto, noutros domínios, assinala-se o nascimento do senhor Maurice Sendak. Uma animação mesmo engraçada, com uns bonecos que eu ando há aaaaaanos para ler...

domingo, 9 de junho de 2013

2XL?!?!

Esta semana foi a das admirações.
Comecei na Segunda com a bela notícia que estava ficar ainda mais pitosga e precisava de aumentar quase uma dioptria aos óculos. Tive que mudar as lentes e a armação, que eu não sou rica para pagar as lentes finas o necessário para entrar na armação antiga...
Depois desse choque e ainda a habituar-me à nova graduação (bolas!! foi difícil, quase que caí de umas escadas e tudo porque já não media bem os passos), achei que me devia mimar ligeiramente e fui às compras. Quer dizer, entrei numa única loja de roupa, com duas letras e um & no meio, banal até em Portugal. Mas qual não é o meu espanto com a nova "calibragem" das roupas! Encontrei uma blusa sem mangas que, não sei porquê, me lembra muito o estilo Lana del Rey (não foi a essas duas letras, foi à outra que fui) que me agradou bastante. Peguei nela para ver os números e eram letras: L (vi logo que era pequeno), XL (fiquei na dúvida com outro tamanho e comecei por experimentar este) e... 2XL (o que acabei por comprar). Mas que raio é essa coisa?!?! O XXL já era parvo, não em função das letras, mas dos tamanhos reais. No entanto 2 vezes XL... ainda mais parvo é... Não, não tenho medo de me sentir gorda. Tenho dois ou três quilos acima do meu peso recomendado, não morro. Poderia ser número 100. Mas sei lá... os tamanhos da roupa já não são o que são e as pessoas ou se baralham como eu, ou ficam realmente frustradas com o seu tamnho que, na realidade, nem mudou assim tanto.

Mas as admirações supremas foram lá no trabalho.
Foi uma cliente que ficou de olhos esbugalhados quando lhe falei em português (os clientes lêem os nossos crachás, não posso fugir!). Ficou tão espantada que até gaguejou!! Veja-se a cotação que os portugueses têm entre si...
Depois foi uma colega de trabalho que, no fim do inquérito da praxe sobre a minha vida privada, se admirou imenso (e num tom demasiado crítico para o meu gosto) por eu não ter marido/namorado. Mas quando será que é que as pessoas entendem que precisamos de comer, beber, dormir e respirar para viver e que tudo o resto não é obrigatório!?!? (começo a ficar realmente farta) No entanto, a melhor admiração não foi esta.

Foi sobre o meu conhecimento de castelhano. Estou a chegar ao trabalho e vem um sub-chefe muito de repente: sabes falas espanhol, não é? depois da minha resposta afirmativa, acrescenta tens que explicar ao D. (o espanhol) uma coisa que eu tentei explicar ontem e ele não percebeu (na realidade, quando fui para explicar, o espanhol disse que tinha entendido [e tinha mesmo] o problema é que o outro não tinha percebdido que ele tinha entendido).
Na hora da pausa, calhou a estarmos (eu e o sub-chefe) juntos um bocado. Estava eu para me sentar e sai-se ele: de onde é que tu vens mesmo, para saberes falar espanhol? De Portugal. Ah! É um dialecto?! Nãããããão. É mais ou menos uma relação como o alemão com o holandês. Aaaah! E tu sabes falar?? Sei. Vivi com freiras espanholas e aprendi com elas. AAAAH!

Hello!!! Qual é a admiração de uma pessoa falar a terceira ou quarta língua mais falada do Mundo?!?! E para mais, quando essa língua é Europeia... Se fosse urdu, eu compreendia a admiração e se me aparecer alguém a dizer que sabe falar zulu eu vou olhá-lo como se fosse um E.T., mas castelhano?!?! Era preciso o homem admirar-se taaanto?!? A sério... como se fosse a coisa mais complicado do mundo... Não me bastava o outro ficar admirado por eu perceber um pouco de fusos horários, agora é este com o castelhano...

Sinceramente, acho que anda tudo maluco, eu incluída!!!

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Mas falando em piadas e inteligência...

A minha entidade empregadora é o supra sumo da inteligência e do bom humor.

Há umas 3 semanas, no fecho da caixa faltaram-me 30 e poucos francos. Ia tendo um colapso. O chefe desse dia era um emprestado de outra filial que eu não conhecia. Perguntei-lhe o que poderia fazer e ele disse: nada. eu escrevo um relatório!

Compreendo que se faça um relatório. Não é uma fortuna, mas... 30 francos são sempre 30 francos. Na Quinta passada, chega-se o meu chefe e diz, tem que escrever uma carta a explicar isto e apontou para a folha do fecho de caixa desse dia. Eu pensei que ele estava a brincar. E comecei a gozar. Até que percebi que era a sério e perguntei o que é que eu tinha que escrever. Tem que escrever porque é que falta esse dinheiro na caixa. Eu ri-me de novo, porque voltei a pensar que era brincadeira.

Afinal não era brincadeira nenhuma. Eu tinha que explicar por escrito por que raio faltavam 30 e poucos francos na caixa. Eu virei-me para ele e disse: não o roubei. seria estúpido demais roubar a minha própria caixa. Peqguei numa folha e fui fazer a carta. Passado um bocado fui-lhe pedir outra folha. Para quê?!? Para passar a carta a limpo. Quando tenho que escrever em alemão preciso sempre de passar a limpo [e mesmo assim vai muita bacorada no meio!!].

Na carta eu escrevi que achava que o dinheiro se tinha perdido por causa de uma mistura de factores: eu não estar habituada à caixa (era o meu segundo ou terceiro dia na caixa), o facto de ter tido muitas devoluções de artigos [que implica tirar dinheiro da caixa] e, talvez, um pouco de desatenção [não é que eu não estivesse a ligar ao trabalho, porque estava. talvez não tenha tido atenção a contar o dinheiro nos trocos]. Disse que me tina afectado perder o dinheiro [afectou mesmo]. Pedi desculpas e assinei por baixo. Que havia eu de fazer?!?!?

Dizer por que raio se perdeu dinheiro de uma caixa... se eu soubesse onde, quando e como perdi o dinheiro... não teria perdido. Não vos parece?!?!

Decididamente... só rindo, porque de outro modo só se pode é chorar! :/

santa iNgnorância!

Eu acho que o meu chefe não é 100% suíço alemão. Além do primeiro nome ser francês, ele tem um humor que se aproxima dos portugueses e é muito irónico a falar. Eu simplesmente adoro. Uma, porque gosto desse humor. Duas, porque nguém percebe o humor dele e eu acbo por me rir sempre a dobrar (piada e figuras tristes dos outros). Lindo!!! :D

Há dias, estava mortinha para vir para casa, mas ainda tinha que esperar para fazer o fecho da caixa. Estava tudo em fila a fazer contas com o chefe. Sai-se ele, você vai trabalhar até às 5h, não é?!? Eu ri-me e disse. Oh Já são 5h na Rússia. Portanto... Não em Moscovo, mas lá para o lado da China já é. E para confirmar as minhas contas comecei a pensar alto. Na Grécia são 3h, em Moscovo 4h... sim, lá para o lado da China já são 5h... pois... já posso ir embora.

De repente, vira-se ele e pergunta-me como é que você sabe essas coisas?

Eu já nem sei o que respondi. Sei lá como é que sei essas informações. Leio, informo-me. Tem lógica perceber um pouco como funciona o Mundo, inclusivamente nos fusos horários... ou serei só eu que acho isso?!?

Para mim, humor é sinal de inteligência e conhecimento. Como ele tinha umas piadas inteligentes, pensei que estava a falar com um ser um pouco superior. Mas se ele não compreende que uma pessoa possa perceber um pouco de fusos horários... já não me parece assim tão inteligente. Se calhar ele estuda as piadas em casa e depois vai soltando aqui e ali ao longo do dia...

Agora que ninguém me diga que é estranho saber que em Moscovo são mais 3 horas que em Lisboa, porque... não é!

segunda-feira, 3 de junho de 2013

A minha empresa favorita

Eu lembro-me de estudar a mala-posta nas aulas de história. De me ser ensinado para que servia e como funcionava. Na literatura toda a gente já leu, no cinema toda a gente já viu. Uma casa sombria, numa noite de chuva, acolhe os forasteiros que se abrigam da intempérie. Os cavalos descansam na cavalariça. Chega sempre um homem com pressa para chegar ao seu destino, entra de rompante, desperta a curiosidade dos presentes que levantam os olhos do fundo das suas canecas, quer trocar os cavalos, bebe uma aguardente para aquecer, enquanto o moço da estrebaria ajusta os arreios no animal. Um mundo que sempre me fascinou, mas já não existe.

Por aqui A correio, die Post, é algo graaande. Não sei se é privada ou do estado, mas sei que adoro esta empresa amarelinha.

Tem uma rede de autocarros que abrange toda a Suíça. Tem hotéis. E em tempos todos os postos de recolha de correio e/ou pessoas eram num restaurante zur Post (junto ao correio ou no correio). Hoje muitos desses restaurantes  não servem mais do que refeições, mas mantêm o nome. E é adorável ir pelas aldeias pequenas no meio das montanhas e ver uma casa aqui outra ali e, de repente, a casa da mala-posta, adaptada aos nossos dias, isto é, com uma pequena bomba de gasolina à frente. :)
Adoro. Adoro. Adoro.

Mas também gosto da parte "normal" dos correios.
Existem caixas de correio por toda a parte. Acho que o posto de correios daqui fica  a menos de 500 metros do meu prédio, mas na estação de comboios (mesmo em frente ao prédio) há um marco de correio.
Os postos de correios são abundantes e têm um horário simpático: os normais é das 7h30 até às 18h com hora de almoço, de Segunda a Sexta; das 7h30 à 12h30/13H, aos Sábados. Mas a estação principal da minha cidade (com pelo menos 14 balcões de atendimento geral e um para serviços específicos), também está aberto ao sábado de tarde até às 16h. Sem falar em postos como o do aeroporto com um horário alargado até tarde e de Segunda a Domingo.

Depois dentro dos postos não podemos telefonar como se pode (podia) fazer em Portugal, no entanto podemos adquirir livros, material escolar variado, brinquedos, pequenos lanches, postais variadíssimos, envelopes de pequenos a gigantes, telemóveis e os sacos do lixo da cidade. Podemos ainda registar o euromilhões ou comprar raspadinhas.

Nos serviços a coisa é a loucura: pagar todo o tipo de contas, desde a luz, aos impostos, passando pela conta do mecânico ou do dentista. Podemos transferir dinheiro ou abrir contas poupança (os correios também servem de banco, eu tenho lá a minha conta corrente e dou-me bem com o sistema).

Os selos são variadíssimos, os preços acessíveis. Uma carta para a Suíça, enviada em correio urgente até às 19h de um dia chega no dia seguinte; em correio normal também pode acontecer chegar no dia seguinte, mas se não for, demora só mais um dia.

Os carteiros entregam a correspondência toda de manhã, em certos sítios o carteiro não toca duas vezes, mas passa duas vezes ao dia. Eles entregam encomendas pequenas e as grandes são feitas por homens da empresa que fazem o transporte em carrinhas. Nesse grupo estão incluídas as minhas injecções que, por causa da necessidade de serem conservadas a uma certa temperatura, são entregues numa caixa especial que volta para trás com o carteiro. Raramemte uma carta é devolvida mesmo que tenha endereço insuficiente, ilegível ou errado (eu tenho um postal enviado de Roma que chegou dois meses depois, mas... eu meti o código postal errado e não escrevi o nome do destinatário, coisa que aqui é fundamental devido ao facto de não haver números de andares... tenho que o procurar e depois coloco-o aqui, para provar o que digo).
Adoro, adoro, adoro.

E como a coisa funciona tão bem... acabo por me passar com os correios da tugolândia...
Uma croma de uma carteira ameaçou queimar os postais se eles volatssem a ir sem número de porta. Numa rua em que moram as mesmas 13 pessoas há mais de 10 anos... é uma dificuldade encontrar a senhora E.!!!!! Eu acho que era inveja de não ter ido ao Dubai ou de, pelo menos, não receber um postal de lá!
Desde Dezembro já mandei três encomendas que me deram (uma ainda está a dar) dores de cabeça. Uma veio devolvida porque o endereço era insuficiente. Estava completíssimo!!!! Com este anda para trás, anda para a frente paguei 4 vezes a prenda!!!
Mais tarde enviei uma moldura digital e eles cobraram 30 euros à destinatária. Era um imposto sobre um dicionário electrónico (sim, estão correctos os nomes dos objectos) num valor muito acima do que eu paguei. Mais, o aparelho já ia aberto, não poderiam cobrar impostos assim!!
Por fim enviei uma pequena  encomenda há mais de um mês e ainda não chegou. Uma encomenda do mesmo tamanho de uns livros que encomendei depois disso e que já chegaram há que tempos (um deles já está lido e outro já está em andamento!!!). Encomenda que, aqui, seria entregue pelo carteiro "normal", ao fim de 2 dias se fosse envio interno e de 3 ou 4 se viesse de fora da Suíça.

Eu já andava passada com a coisa em terras lusas. Mas depois do que vi hoje na televisão... estou besta!!!
Fecham postos de correio por um motivo que não entendo em sítios onde não há mais nada. Depois anexam-se os postos de correio a floristas, a mini-mercados...

Quer dizer, o processo no jardim à beira-mar plantado em vez de progredir, regride. Mais um bocadinho e qualquer dia estamos completamete no antigamente, com bosta de cavalo à porta da estações da mala-posta e tudo.

Doc.



Há algumas coisas que não batem certo neste vídeo. A Cervelat é que é a coisa mais típica e não a Bratwurst que para bem ser significa salsicha de grelhar, ou seja, tudo o que possa ser grelhado é Bratwurst. Já a Cervelat é daqui e eu dispenso bem, prefiro a Kalbsbratwurst, que é à base de carne de vitelo (Kalb)
O moço deve ter gravado a entrevista a 11 de Novembro, porque eram banda de música mascaradas para iniciar o Carnaval.

Não é Zuri West em inglês (uest), é Zuri West em alemão (vest).
Na Suíça exibir riqueza é quase crime. Tão simples como isso. Falar de dinheiro nesta terra é tabu e é muito feio perguntar uqnato se ganha, se trabalharmos numa profissão não tablada.
Os suíços não têm o culto do corpo, mas sim da saúde, por isso correm como loucos. Por isso usam abicicltea que é uma forma gratuita de fazer desporto (os suíços se puderem poupar...), mas também de não poluir o ambiente que é outra forma de se manter saudável. Porque de resto... eles andam despenteados, vestidos como pedintes, descalços, não fazem depilação... e isso não bate com culto do corpo!!
 As bicicletas muitas vezes têm travões nos pedais (não sei explicar, mas também é comum vê-las na Holanda, travam andando com os pedais para trás ou não sei).

Os jovens não têm só malas da Freitag, há muitos que usam Louis Vuitton (mil vezes a marca suíça, que é muito mais bonita!!) e não são só os jovens. Os cotas também usam a malas que reciclam telas publicitárias, toldos de camiões... eu bem que gostaria comprar uma, mas... caro demais para o meu orçamento!!!!! E eu acho que as malas não ganham pelo design (a maior parte dos modelos existe noutras marcas), ganham pela ideia de reciclagem de produtos e porque são produto suíço. Nacionalismo, olé olé!!

Prime Tower é só a maior da cidade e parece um ET no meio da cidade. A torre da loja da Freitag permite ver a área industrial, mas com muita coisa readaptada, que se tornou em zona escritórios (mas ainda há muitos armazéns) e a estação de comboios de Hardbrücke que fica logo ao lado da Hauptbahnhof (a estação principal). Acho que vêem mais comboios do que camiões...

 A chocolateria que é falada tem origem aqui bem perto da minha cidade, bem longe de Zurique. Não percebo porque foram falar daquela e não da Sprüngli, que criou os Luxemburgli, uma espécie de macarronis. Um doce venerado por tudo o que é suíço, caros para burro, que são uma honra para oferecer e até direito a postal tem (disponível em qualquer quiosque da cidade)

A estação de Zurique, a mais movimentada da Europa, uma das mais movimentadas do Mundo!!!, está quase morta a partir das 10horas da noite. Circula quem tem que circular mesmo, mas é quase fantasma!!! Eles organizam as coisas para se poderem deitar cedo. Mas depois das 5h30/6h da manhã... é a todo o vapor. :) Só ao fim-de-semana é que há uma rede nocturna. Que isto de farras não é para todos os dias da semana!!!

Lindenhof que dizer o pátio das tílias. E não é talvez que se chama assim, é mesmo por causa das tílias que lá existem (já soube quantas eram, mas não me lembro). O pátio é uma das zonas mais antigas da cidade. Anterior ao juramento que ela menciona, portanto, não foi só o juramento que lhe deu fama... Eu gosto daquele canto da cidade, é tudo apertadinho, mas vista priviligiada... tem-se da varanda junto à Universidade onde está o músico. Isso, sim, é vista (anda aí uma foto ou mais pela vacaria).

Bebedouros para cães e outros animais é a coisa mais normal... o tanque da fonte é para os cavalos, a água que corre permanentemente é para os humanos. Pode ser de admirar para quem não mora cá, mas não é particularidade nenhuma daquela fonte.

O imposto não é calculado em função da religião que se tem, mas sim de se ter ou não religião. Se não se quiser pagar o imposto é simples: dá-se sem religião. Não há discussão nenhuma, mesmo que se tenha sido baptizado logo em bebé. As consequências virão depois caso queiram coisas como casar pela igreja, baptizar filhos e por aí fora. Eu pago e não morro por isso.

Produz-se vinho um pouco por toda a parte, mas é mais lá para baixo qu e aprodução vinicola tem mais impacto, por exemplo, nos terraços víniculas de Lavaux que são património da humanidade.

A Langstrasse é uma espécie de Bairro Alto sobre o comprido e continua a ser associada à prostituição. Já por lá andei e não morri por isso, não é coisa contagiosa. Chama-se assim porque é uma rua (Strasse) comprida (lang).

Eu gostava de saber como é que uma escola primária se transforma todos os dias em bar. Alguém que traduza a coisa como deve ser: o pré-fabricado que foi em tempos uma escola primária, agora é um bar e tem um cinema associado.

Eu já comprei bilhetes mais baratos para Lisboa com partida de Zurique (só o trabalho de ir a Basel apanhar o avião... pagoa diferença no comboio!!!).

Tirando estes reparos parece-me mais ou menos tudo em ordem.

Descobri o documentário quando procurava outra coisa que não tem nada a ver. Resolvi ver, só para ver que profissões estavam a ser entrevistadas. Porque este programa é de elite. Só de elite. Eu nunca vi uma empregada de limpeza, um servente de bar, um trolha nestas entrevistas... eles parecem ter umas vidas formidáveis, lindas, maravilhosas. Mas atenção: eles (os deste programa e dos outros) NÃO são representativos da realidade dos emigrantes portugueses!!! Portanto, se pensam em vir para qui (ou outro país) depois de verem este documentário... pensem duas vezes. A neve, em muitos momentos,  é o menor dos frios.

domingo, 2 de junho de 2013

Dias são sempre dias

Eu que sou meia alérgica aos dias disto e daquilo (o dia que mais detesto é o da mulher) agora tenho um dia para mim. Mas é mesmo especial, porque não é como o dia da mulher ou da criança que têm datas fixas. O meu dia muda conforme o ano, isto é: o dia da esclerose múltipla assinala-se sempre na última quarta-feira do mês de Maio. Este ano foi a 29, para o ano é a 28.

Eu dispenso-o bem... se calhar ainda é a negação a falar, mas não consigo ir a grupos de pessoas doentes com esclerose. Não consigo ler as publicações da associação de doentes com esclerose. Não me identifico com nada do que leio (penso que é pelo estágio da doença) e ler aquilo dá-me pânico porque estamos a falar, muitas vezes, de gente com muletas, em cadeira de rodas e por aí fora. E eu tenho medo puro de vir a ficar assim. Lendo certos testemunho assusto-me ainda mais. Tão simples como isto. Basta-me a minha mãe que TODOS os Domingos me pergunta já tiraste a injecção do frigorífico? (ela já perguntou hoje!!!), tens bebido água? (ainda não perguntou, mas deve estar quase)...
Mas o que eu mais gosto, ou então não, é como ela muda o tom do discurso para falar da minha doença com alguém. Parece uma conspiradora. Ou pensa que eu não consigo ouvir, mesmo estando a menos de dois metros de distância dela. Ou então pensa que sussurrando a doença se vai embora. Ou sei lá o quê. Sei que detesto. Sei que gosto de chamar os bois pelos nomes e só não digo sempre esclerose múltipa, porque a palavra doença é mais prática por ser curtinha. Odeio a minha situação. Detesto as injecções semanais. Tenho pânico de ficar sem força para trabalhar e ficar dependente de uma renda social. Tenho pânico de ficar esclerosada no sentido de esquecer ou baralhar as coisas. Uma pessoa sem memória é o quê?!?

Com estes medos, receios e desamores, acabei por não saber se o dia da esclerose múltipla foi assinalado em Portugal com algum destaque na comunicação social. Deveria ter estado mais atenta, mas... ainda é mais forte do que eu. Assim, não sei se foi dito ou o que foi dito na rádio ou na televisão. Mas uma coisa que eu acho fundamental dizer e sobre a qual se deve falar é a sintomatologia.

Eu andei uns meses com uma perna a dormir. Como tinha engordado pensava que as calças de ganga faziam pressão num nervo e que por isso a perna estava estranha. Deixei andar até ao dia em que o meu olho esquerdo realmente me incomodou. O médico de família não vê nada e manda-me para o oftalmologista. Ele não vê nada, mas pergunta se me dorme alguma parte do corpo. Eu fiquei espantada com a relação, mas não me assustei nem um pouco, estava só a mentalizar-me para ficar cega do olho (juro que estava!! eu não sou muito normal, mesmo!!). Nova oftalmologista, no hospital da cidade. E em menos de três horas tinha passdo por três médicos, sem perceber a relação de nada e tinha já uma consulta com o neurologista, marcada com urgência. Nem tive direito a discutir se queria ir ou não, se poderia ir ou não.

Aprendi (ainda estou a aprender) da pior forma como se manifesta a esclerose múltipla: não tem forma específica. Era uma doença que eu não conhecia (só o nome e a associação a cadeiras de rodas!!) e de repente já tinha folhetos com medicamentos e testemunhos de doentes com EM.

Ora bem... como a esclerose não é muito certa (eu não poderia ter doença mais adequada a mim!, já que também não sou muito certa!) é bom ter um certo cuidado com coisas que nos parecem banais.
Por exemplo, se sentirem uma parte do corpo dormente por mais de 48 horas, vão ao médico. Pode ser um nervo preso, pode ser um mau jeito na coluna, mas também pode ser esta doença maravilhosa.
Se vos parecer que as cores estão a ficar diferentes, não quer dizer que sejam cataratas. Pode ser o nervo óptico que está a ter dificuldades em comunicar com o cérebro (o vermelho, durante um tempo, era quase cinzento para o meu olho esquerdo!!).
Eu falo destes dois sintomas porque foram os mais flagrantes no meu caso. E a dormência veio noutras crises em outras partes do corpo (a língua parecia que estava fria e dormente... para comer era lindo!!). Mas li que as dores e a falta de força também podem ser sintomas.
Num dos folhetos que o meu médico me deu, li que uma rapariga detectou a esclerose porque as mamas não lhe cabiam no sutiã. Eu também tive esse problema em 2011, mas pensei que era por causa do trabalho pesado na estufa que exigia muito dos  meus braços, que estão onde?!... ao lado da mamas, que são o quê?!?! músculos e gordura. Como eu quase não tinha massa gorda na altura, deduzia que os músculos se tinham desenvolvido até às glândulas mamárias... só depois a ler o testemunho da outra moça é que percebi por que raio tinha que comprar novos sutiãs e um vestido novo para o casório... Quem é que vai ligar uma coisa à outra?!?!

Assim, se não assinalaram o dia da esclerose múltipla na televisão, são muito parvos. Deveriam assinalar, não para assustar ou para pedir dinheiro, mas sim para prevenir. Porque se o meu olho não se tivesse manifestado, eu nunca teria dado atenção à perna, nem às dormências que vieram a seguir, pois sempre pensei que era uma "simples" compressão de um nervo... E... sabe-se lá quantos mais andam por aí a fazerem como eu, a adiar o tratamento e a permitir que a doença progrida mais facilmente...

Pronto... num Domingo como outro qualquer, em que já tirei a injecção do frigorífico, para mais logo a espetar numa das pernas, resolvi fazer a minha boa acção e falar um pouco desta coisa que me persegue. Não é para terem pena de mim. Não é para entrarem em pânico caso adormeçam todos tortos no sofá e acordem com a mão dormente. Mas... esclerose múltipla não é o tema mais abordado nas aulas de neurologia. Ou seja, nem muitos médicos não especializados em neurologia sabem falar abertamente do assunto... Assim, se puder ajudar alguém com a minha pouca experiência de vida... eu faço-o mesmo que não seja o dia da esclerose múltipla. ;)

Uma questão verbal

Ao contrário do que afirma uma máquina que anda a aprender para ser chefe, há falta de pessoal. Trabalhamos mais horas; quando falta alguém, são sempre os mesmos a serem chamados para fazer substituições; chegamos a começar uma hora mais cedo o trabalho e por aí fora.

Esta semana, ficou mais uma doente (eu já disse, todas as semanas há alguém em sofrimento!!) e na quarta era preciso gente suficiente para o muito trabalho previsto. Eu estava de folga e a minha professora veio perguntar-me se eu poderia trabalhar na quarta e teria a quinta livre. Eu fiquei de dar a resposta mais tarde pois tinha um compromisso marcado e tinha que ver se o poderia alterar. Entretanto chega o choninhas do chefe que me pergunta se poderia trabalhar no dia seguinte, ponto. Disse-lhe que sim, mas perguntei-lhe se precisava de mim na quinta. Só para confirmar, pois eu fiquei com a sensação que ele não me iria dar folga. Meu dito, meu feito: ah se pudesse vir os dois dias, eu ficaria agradecido. É que amanhã é o dia das promoções. Mas na quinta vem uma empregada nova e eu gostaria que lhe explicasse como se coze o pão [tem uma lista, tem uma ordem, um sistema que deve ser seguido mais ou menos à risca].
Como eu vim para a Suíça para trabalhar e ganhar dinheiro e só estou a 60%, não me fiz de rogada e aceitei trabalhar mais um dia.

Trabalhei quarta, fui na quinta e voilá: lista na mão e aluna ao meu lado. Expliquei tudo como me ensinaram e, saindo quase uma hora depois da hora marcada no meu plano, ainda lhe fiz um resumo/recapitulação de tudo o que lhe ensinei ao longo da manhã.

No fim, o chefe perguntou-me se ela era capaz de cozer pão sozinha. Eu disse-lhe que sim, que eu tinha explicado tim-tim por tim-tim, tal e qual como tinha aprendido. E caso eu tivesse ensinado mal, significava que me tinham ensinado mal. Ele compreendeu, concordou e agradeceu imenso. Disse-lhe que não era nada, mas tive vontade de lhe dizer que deveriam mudar o meu crachá.
Por cima do meu nome, em letras brancas sobre fundo rosa, não deveria estar ich lerne, mas sim ich lehre. (eu aprendo; eu ensino)

Porque, na realidade, mesmo estando em tempo de prova, em que tenho que aprender e mostrar que sou capaz de aprender e fazer o meu trabalho sozinha, eu tenho dado comigo a ensinar os meus colegas novatos e o espanhol, que entrou no mesmo dia que eu, mas que não pesca nada da língua dos germânicos.

É muito bom! Significa que estão contentes comigo, com o meu trabalho e as minhas capacidades. Mas também é muito bom poder ensinar alguma coisa. Nem que seja como se programa o  forno e quantas ciabatas se devem cozer de uma vez... :)

Os sapatos das mãos

O meu alemão não é perfeito. Eu não consigo distinguir o /u/ do /ü/ ou o /o/ do /ö/. Könnte é conjuntivo, konnte é indicativo. Eu sei a teoria, mas só distingo no contexto. Muita gente se ri com o meu funf, pois deveria ser fünf  (ü é semelhante ao u em francês, assim meio assobiado). Demorei tempos infinitos para saber que era A Mundo, A Sol e O Lua (como é que se escreve poesia em alemão?!?!). Quando é para usar os casos acabo por dizer que é O carro é o homem., quando na realidade quero dizer que O carro é do homem. E por aí fora.
No entanto, e apesar de tanta bacorada, tenho o nível C1 atestado pelo Goethe Institut e há algumas coisas que sei com certeza absoluta.

Uma delas é como se diz sapato e luva: Schuh e Handschuh.   O plural é só acrescentar um /e/ final e prontinho. Posso não saber pronunciar na perfeição, mas quase, quase.

Lá no supermercado todos temos luvas e eu, cabeça no ar, acabo por me esquecer onde as meti e ando sempre à procura delas. Esta semana andava eu uma vez mais feita barata tonta quando uma colega me pergunta o que procuro. Meine Handschuhe., respondi eu. Diz-me ela muitorapidamente, é Handsche [transcrição pseudo-fonética], pois Schuhe é para os pés. Eu disse-lhe, pois isto é mesmo os sapatos das mãos e diz-se como eu disse [pode não ser exactamente, mas se ela identificou a palavra Schuhe, ando lá perto].

Elas aprenderam o básico de alemão numa escola baratuxa e fizeram """pós-graduação""" na rua, com colegas mal formados, misturando com o dialecto sabe-se lá de que cantão e depois vêm-me corrigir o que está certo, como se fossem doutoradas em Germanísticas?!?!

Haja pachorra!