terça-feira, 29 de março de 2016

nem sei se ria ou se chore...

Só agora estou a caminho de casa. Saí às duas e depois foi a festa de despedida da nossa chefe. A pseudo-futura chefe resolveu tomar as rédeas das prendas. Andou a engonhar e depois no último momento andámos nós a assinar o postal às escondidas da mulher. Eu resolvi escrever uma frase em francês. Eu sei que ela entende e o risco de escrever asneira em francês é bem menor (e mais compreensível) do que escrever em alemão.
No fim de assinar, estive a apreciar o que a pseudo-futura escreveu e... logo na primeira linha... um erro de alemão. Eu estive ali um bocado a analisar as declinações e... sim, havia um erro.
Eh pá.. é simplesmente triste!!! Tanta confusão, tanto fogo de artifício e depois.. logo na primeira linha tem um erro?!? Um erro na língua dela...
Se até eu sei distinguir o uso da preposição seit (desde) de seid a segunda pessoa do plural do verbo sein...
Sorte a da minha velhota que já não tem que aturar isto!!!

domingo, 27 de março de 2016

Das culpas e das dores

Há quem defenda que o doze é um bom número porque doze eram os apóstolos. Há quem acredite que não se devem sentar treze pessoas a uma mesa, pois o primeiro a levantar-se é o primeiro a morrer.
Esta época pascal mostrou que o doze não é assim tão bom número e que o mal do número treze não é ser o primeiro a levantar-se, mas sjm ser, quase de certeza,  o único a usar cinto de segurança.

Só que antes de se culpar a numerologia, devemos culpar os humanos.
Antes de mais, os que estavam naquela maldita carrinha. Tirando as crianças, que fazem o que lhes mandam, todos os outros adultos podiam ter decidido não entrar na carrinha ao verem que era um carrinha adaptada, que era um único condutor, que era um condutor não credenciado (a experiência pode ser discutível).
Se for verdade que os bilhetes custam 350 francos, fizeram um mau negócio. Conheço uma empresa de autocaros de um português, credenciada, com muuuuuuitos anos de experiêcia (comecei a andar com eles muito antes de poder conduzir), que nunca implica com a quantidade de bagagem (têm condições para isso) e pedem 300 francos por uma viagem de ida e volta. E, marcando com tempo, os bilhetes de avião a partir de Basileia podem ser uma pechincha que compensa o bilhete de comboio até lá e o táxi do Porto até ao destino final.

Depois há que culpar os donos dessas carrinhas. Carregam e carregam e carregam e oferecem garantias e mais garantias e mais facilidades e mais comodidades. Mas... comcemos pelo mais básico: não há nada de confortável em fazer 2000km enfiado numa furgoneta sem janela, entalado entre montes de pessoas, sem possibilidade de esticar as pernas, nem de poder encostar a cabeça como deve ser.

Por fim, as autoridades. Quem deixa homologar uma alteração destas a uma carrinha?!?  Onde anda a polícia a fazer patrulha para não verem estas coisas?!?

E desta história ainda se pode tirar um ensinamento. Nunca viajar para fazer surpresa. A minha mãe fez-me isso jma vez e eu ia morrendo de emoção. Mas se fosse contactada pela polívia para me darem um notícia destas, quem precisaria de psiquiatria, seria eu.

Nunca devemos esquecer: coitados dos que ficam, porque os que foram já não sofrem...


sexta-feira, 25 de março de 2016

Penitência de Quaresma?!?!

Já aqui tinha falado da chefe da chefe, bem de como fui forçada a desistir do trabalho que amo de paixão. Mas a novela parece ainda não ter acabado e eu espero não ter uma crise nervosa que me faça ter uma crise de esclerose...

Eu achava que o meu despedimento forçado não podia ser tão linear. Andei, andei e fui parar a um escritório de aconselhamento jurídico onde me disseram: em nenhuma circunstância se despeça. Se eles não querem aceitar o que você contrapropõe, eles que a despeçam
Mandei um e-mail a informar a chefe da chefe. Retribuiu-me a pedir que lhe ligasse. A sério?!?!? Eu, que odeio telefones, ia ligar-lhe? Eu, que não tenho o número dela, ia ligar-lhe? Eu, que já tinha feito o que me competia, ia ligar-lhe?!?! Claro... o que eu mais sonho é andar a gastar dinheiro em telefones para resolver as borradas dos outros...

Passado um bocado ligou ela. Que bonito... quanto esta gente vê o dito cujo apertado... descobrem o nosso contacto em segundos...

Ah porque você vai ter problemas no centro de emprego. ah porque você não quis ouvir. ah porque você não assinou o protocolo. ah porque eu não sou sua filha para você me falar assim.

A sério que eu ouvi estar merdas todas. Já depois de ter ouvido a boca em que me devia casar para compensar a falta de horas no novo horário (TRUE STORY!!!!!).

Oh pá... se ela me propôs ganhar menos que uma miséria, por que raio devia eu continuar a falar das condições de um contrato que eu nunca iria assinar?!?!? Se ninguém me informa que há um protocolo, como é que eu sei que tenho que assinar um protocolo?!?! E se ela não me conhece, se ela não sabe como eu fale, não me venha com merdas sobre não ser minha filha. Porque... por muito que lhe doa, ela é que tem idade para ser minha mãe (mas muuuuuuuuuuuito menos beleza para tal).
E não, eu nunca iria ter problemas no centro de emprego porque a nova proposta dela foi inferior à miséria de contrato que eu tenho.
Ah porque eu não sabia que você tinha um contrato assim. Eu nunca faço contratos de 25 horas. Ah pois é, bebé!!... mas também não foi ela que fez contrato comigo. Se ela não faz o trabalho dela de forma competente, isso já é problema dela e não lhe dá direito a barafustar comigo e a ameaçar que me desliga o telefone. Eu cheguei àquela loja antes dela. Se ela é incompetente e não sabe o que tem que subordinar... eu estou-me pouco a importar. Eu sei a quê e a quem presto subordinação e não pretendo quebrar nenhuma alínea do contrato até sair dali...

Ninguém merece!!

quinta-feira, 17 de março de 2016

E mais uma reviravolta

A senhora C. é uma alemã muito fofinha que aparece de vez em quando na loja para enviar dinheiro para a Jamaica. Manda coisa pouca de cada vez, quase sempre para o mesmo homem, por vezes para mais um nome ou dois. Na Terça apareceu na loja e eu dirigi-me ao balcão a pensar que não tinha feito o refresh  e, logo, não sabia se eu podia fazer o envio de dinheiro. Ela aproximou-se do balcão com o seu sorriso sereno, abriu a mochila e tirou de lá um pequeno pacote.
- Trouxe isto para si. É sempre tão simpática comigo. 
Agradeci imenso, mas na hora nem vi o que era. Mais tarde abri o saco e vi que ela tinha trazido aquilo para mim, sim, mas das Caraíbas. Fónix!!!! Quem é pessoa que vai de férias e se lembra da vendedora que vê de vez em quando?!? Só uma pessoa muito especial se lembraria disso. Eu senti-me muito feliz, muito orgulhosa de mim, mas ao mesmo tempo bem pequenina.

Ontem também foi dia de me sentir pequenina.  Mas um pequenino bem diferente.
Andavam há já uns tempos a falar em mudança de gestão da loja. Andava tudo em pânico!!! Eu, farta de os ouvir, dizia que o pior que poderia acontecer era sermos todos despedidos e irmos parar ao fundo de desemprego. Ontem foi dia de falar com o futuro chefe. O mesmo ordenado [de miséria]. Vinte horas semanais. Até aqui tudo bem. Quando perguntei se poderia ter dois dias fixos de folga para arranjar um segundo trabalho [coisa que tinha tido quando comecei a trabalhar lá]. Ah não. Tem que estar disponível o tempo todo.
Ou seja: reduziam-me o horário, mas eu tinha que estar em casa à espera que alguém ficasse doente para eu poder ganhar mais umas horas extra.
Então paramos a conversa já aqui. Disse eu, minutos depois de eu ter dito que adoro, amo de paixão aquele trabalho. Esta gente pensa o quê? 1600 francos seria o que eu iria ganhar. Pago 1100 de renda de casa... depois ia para a porta da igreja pedir para comer... Esta gente bebe ou fuma coisas estranhas ou quê?!?!
Se eles me tivessem deixado trabalhar dois dias noutro sítio eu poderia aguentar com menos. Mas 20 horas... é menos de 50% de uma semana laboral (aqui normalmente as semanas de trabalho são de 42 horas, ou mais!). E depois... que fazia eu no resto dos dias? Segundo trabalho estava fora de questão. Arranjar hobbies é bonito, mas para isso é preciso dinheiro e voltamos ao início da questão. Fartei-me de chorar. Mas no fim de lavar a alma comecei a preparar-me... já dei uma espreitadela a alguns trabalhos e agora é começar a procurar de forma mesmo activa e mandar aquela gente à fava...
Tenho a certeza que eles vão perder (pelos menos três já se despediram pelos mesmos motivos). É que ali é preciso saber línguas, ter estaleca e, por vezes, algum descarmento. Mas ao mesmo tempo saber lidar com gente complicada, ter paciência e um belo sorriso para quem está a precisar. E... com tantos cortes e exigências... duvido que quem vier de novo consiga acompanhar o ritmo louco da loja e apaparicar os desejos dos clientes regulares que deixam lá montes de dinheiro...

Eu acho que o novo chefe não sabe onde se está a enfiar e quando vir... vai ser tarde demais para voltar atrás. Quando isso acontecer, vou-me rir... e eles vão ver que afinal eu até sou grande!