segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Da mobilidade e da independência

Mais para trás, mais para a frente. Mais no meio do cais, mais resguardado. Eu já tinha visto este objecto amarelo em muitas estações. Não percebia a sua função. Mas sabia que era bem mantido. Vi, em diferentes estações, funcionários a olearem ou simplesmente a limpar aquela coisa. Mas para que serviria?!
Demorei uns anos a perceber.

Mas, antes de responder a esta pergunta, tive que responder a duas que me surgiram numa viagem de comboio. Mas como é que este homem vai sair do comboio? Quer dizer... como é que ele entrou no comboio?
Aquele hoje estava numa cadeira de rodas. Viajava sozinho. E o comboio era dos velhos (velhice relativa, comparada com outros países), o que significava ter dois ou três degraus para se subir ao entrar.
Como é que um homem, sozinho, tinha subido as escadas, se estava numa cadeira de rodas?!?

Quando chegámos à estação de saída dele, eu percebi. E percebi, finalmente, que para que servia aquele objecto amarelo, presente em muitas estações de comboio: era um elevador para subir e descer pessoas em cadeiras de rodas.

Eu não sei exactamente como se procede para obter este serviço, mas ele está presente em todas a estações de comboio onde passam comboios mais antigos, cujo acesso não é directo para a plataforma.

Na altura vi o serviço a ser prestado, mas só hoje tive oportunidade de fotografar parte do processo.
Dois homens, um elvador e alguém que não ficou fechado em casa porque não tem como se deslocar.
 Uma coisa tão simples, que faz uma diferença do tamanho do mundo na vida das pessoas.
Tanta coisa que é copiada daqui e dali, e por que não copiar esta para outros sítios?

sexta-feira, 27 de outubro de 2017

Da consideração

Quase sempre que a minha Maria vai de férias acontece qualquer coisa e ela tem que ficar mais uns dias. Os patrões dela são flexíveis e basta uma mensagem para os avisar.
Desta vez foram os fogos que prenderam a minha mãe. Ela ficou tão abalada que fui eu que avisei os patrões, por mensagem mesmo.
Todos começaran por lamentar. Depois disseram que a minha mãe podia ficar o tempo que precisasse porque eles podiam também limpar a casa. Todos perguntaram se tínhamos perdido muita coisa e em que poderiam ajudar. Uma mostrou-se logo disponível para fazer uma transferência bancária, se fosse preciso.
Palavras de alento, que enchem o coração.

Mas a patroa mais interessante foi a A.. Ela estava de férias quando eu mandei mensagem, mas logo que regressou mandou nova mensagem para saber como estávamos e se me podia telefonar, para falarmos melhor. Lá falámos. Expliquei que, dentro do azar, nós tínhamos tido sorte, porque ""só"" nos ardeu um pinhal. Expliquei-lhe como estava a aldeia e a cidade. Ela perguntou como se escrevia. Para ver na internet. Não porque duvide da minha mãe, mas para ver a realidade.
Depois de explicar tudo e de a acalmar (ela é uma querida, emociona-se muito com os problemas dos outros), lá lhe disse que agora era esperar perla natureza.
E antes de desligar, aconteceu o mais agradável "obrigada por me contares o que se passou". Sim, ela agradeceu por eu ter desabafado com ela.

Perdemos alguma coisa, a minha mãe apanhou o susto da vida dela, mas... estas coisas simples... enchem e apaziguam a alma.

terça-feira, 24 de outubro de 2017

Wald

Só esta semana é que se começou a sentir mesmo o Outono. As cores garridas da época já apareceram há muio, mas tem estado calor.
No entanto, com ou sem calor, as exposições das abóboras foram feitas nos sítios do costume. E, como de costume, lá fui eu vê-las. Este ano o tema é a floresta (Wald). E, como sempre, a criatividade estava lá.






   






domingo, 22 de outubro de 2017

A normalidade da anormalidade

Quando voltei a trabalhar no aeroporto levei um gozo daqueles. Eu não tinha whatsapp. Como é que podia ser?!?!?
Depois de gozarem bem o prato, dissesram-me que era importante eu ter essa aplicação, pois era uma forma recorrente de comunicação na empresa.
Então, lá vai a totó a uma loja, quero um telemóvel que possa levar a tal aplicação, mas quero um modelo simples, porque eu não percebo uma porra de tecnologia. A senhora riu-se comigo e lá me recomendou um telemóvel.
Depois de pagar uma fortuna (300 francos por um telemóvel é uma fortuna, bem... por um telemóvel, qualquer coisa acima dos 100 já é uma fortuna...), fui para casa instalar a coisa. Só faço merda com aquilo... mando mensagens para as pessoas erradas, não percebo nada dos bonecos e sei lá mais o qué. Mas se era preciso...

Só que... afinal... no check-in... o pessoal usa as  velhas mensagens. E o meu aplicativo está mais activo nos perdidos e achados. Mas... (olha adversativa)... o chat, que devia ser de trabalho, serve para quase tudo, menos para falar de trabalho. Mensagens parvas... todos os dias. Mas a coisa escalou de tal maneira que comecei a ter vergonha de abrir o meu whatsapp na rua. Aquela canalha usa a aplicação para enviar pornografia. Siiiiim... o chat com o nome da firma tem a maior utilidade para vídeos e mensagens pornográficos.

Não sou uma púdica, mas... não exageremos. Será que eles achariam piada se fossem as mulheres e as filhas deles a receber mensagens do género?! Eles acham mesmo que eu tenho que aceitar isso só porque de vez em quando (muito de vez em quando) aparece uma mensagem  de trabalho lá no meio?
Eu acho que não. Portanto... adeusinho... saí do grupo. Quem quiser falar comigo sobre trabalho que me mande uma mensagem, um email ou telefone...
Cambada de anormais!!!

terça-feira, 17 de outubro de 2017

Coitadas das árvores

A minha mãe herdou meia dúzia dúzia de terrenos. Uns de cultivo e outros de pinhal. As propriedades dela são minusculas e só dão despesa. Sempre que vou de férias lá ando eu a fazer por manter os terrenos limpos. Umas coisas faço eu, oitras arranjo quem faça e pago. Quando é a vez de ela ir de férias, ela dá continuidade ao meu trabalho. Os pinhais, pequenos e com um.eucalipto ou outro  qur nasceu de uma semente trazida num bico de um pássaro, vão sendo limpos conforme a necessidade. Se encontramos um pinheiro seco tratamos de o mandar a baixo para não pôr nada nem ninguém em risco. Não são latifundios, mas temos orgulho naquilo.

Este fim-de-semana a tragédia chegou até nós. A minha mãe acordou com a luz do tablet que se acendeu porque estava carregado. Como foi para a cama a pensar nos fogos, nem pensou que o clarãp era dentro de casa e com o susto veio para a rua. A sorte dela e doz vizinhos! Caiu uma fagulha em frente à casa da melhor amiga dela. Com muitos gritos acordou a vizinhança e conseguiram evitar a tragédia. Na Segunda-feira, resolveu passar junto a um dos nossos pinhais. Todo ardido. Bem.como o carvalhal que estava ao lado, bem como um souto que estava do outto lado. Salvaram-se as casas. Mais nada. 

Não havia eucaliptos por ali. Por isso é que me revolta que culpem os eucaluptos. Não digo que os eucaliptos não ajudem na seca e em tudo o resto. Mas... não, eles não ardem sozinhos. A culpa é primeiramente de todos nós. Os que não limpam as matas, os que não fazem ordenação do território, os que fazem queimadas, os que não controlam tudo o que é necessário controlar: se a mata está limpa e ordenada, se há incendiários, se as bocas de incêndio existem e estão a funcionar...

Dentro da minha aldeia havia uns eucaliptos gigantes. Eram precisos vários homens para abraçar um. Eram um ícone da aldeia. Debaixo deles faziam-se as festas de S. Pedro, com churrasco e fogo de artifício. Nunca arderam. Só saíram de lá porque um caiu em cima do cemitério e tiveram receio que algo pior acontecesse com os outros. Se calhar até a queda poderia ter sido evitada, mas não adianta perder tempo a falar disso, eles já lá não estão. No entanto, falo deles para mostrar que a zona, mesmo com todos os factores de risco, em tempos idos não ardeu. E agora... que não há eucaliptos nem festa de S. Pedro (é em Junho, para quem não sabe), aquilo ardeu e as pessoas viram-se e desejaram-se para salvar as casas.

Não, os eucaliptos não são a razão para a tragédia de Pedrógão. Não, os eucaliptos não são a razão para a tragédia deste fim-de-semana. Não, os eucaliptos não têm culpa. Porque ainda não se provou que existem árvores de se destruirem por autocombustão.

sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Artista ou algo assim...

Estou com preguiça para ir saber quem é a senhora Méret Elisabeth Oppenheim, que tem a sua cara no .ch.