sexta-feira, 27 de outubro de 2017

Da consideração

Quase sempre que a minha Maria vai de férias acontece qualquer coisa e ela tem que ficar mais uns dias. Os patrões dela são flexíveis e basta uma mensagem para os avisar.
Desta vez foram os fogos que prenderam a minha mãe. Ela ficou tão abalada que fui eu que avisei os patrões, por mensagem mesmo.
Todos começaran por lamentar. Depois disseram que a minha mãe podia ficar o tempo que precisasse porque eles podiam também limpar a casa. Todos perguntaram se tínhamos perdido muita coisa e em que poderiam ajudar. Uma mostrou-se logo disponível para fazer uma transferência bancária, se fosse preciso.
Palavras de alento, que enchem o coração.

Mas a patroa mais interessante foi a A.. Ela estava de férias quando eu mandei mensagem, mas logo que regressou mandou nova mensagem para saber como estávamos e se me podia telefonar, para falarmos melhor. Lá falámos. Expliquei que, dentro do azar, nós tínhamos tido sorte, porque ""só"" nos ardeu um pinhal. Expliquei-lhe como estava a aldeia e a cidade. Ela perguntou como se escrevia. Para ver na internet. Não porque duvide da minha mãe, mas para ver a realidade.
Depois de explicar tudo e de a acalmar (ela é uma querida, emociona-se muito com os problemas dos outros), lá lhe disse que agora era esperar perla natureza.
E antes de desligar, aconteceu o mais agradável "obrigada por me contares o que se passou". Sim, ela agradeceu por eu ter desabafado com ela.

Perdemos alguma coisa, a minha mãe apanhou o susto da vida dela, mas... estas coisas simples... enchem e apaziguam a alma.

Sem comentários: